Compositor: Edgar Allan Poe / Athanasios Tolis
Eu caio do impérido sagrado
Um anjo que está perdendo seu caminho
Eu sou tormento com paixão e fogo
Eu sou tormento com orgulho, ganância e luxúria
O Corvo, numa meia-noite agreste
Quando eu lia, lento e triste
Vagos, curiosos tomos de ciências ancestrais
E já quase adormecia, ouvi um ruído
Eu estou sonhando, voando cada vez mais alto
Eu estou sonhando esperança, medo, amor e dor
Meu gracioso desejo proibido
Eles sempre chamam, sussurrando meu nome
Profeta, disse eu, "ser maligno"
Profeta, demônio ou ave preta
Fosse diabo
Ou tempestade quem te trouxe a meus umbrais?
Desolado, mas audaz
Nesta terra deserta encantada
Neste lar assombrado por Horror
Dize-me verdadeiramente, eu imploro
Existe acaso um bálsamo em Gileade?
Dize-me, dize-me, eu imploro
E o Corvo disse: "Nunca mais"
A treva enorme fitando
Fiquei perdido receando
Dúbio, sonhando sonhos que nenhum mortal
Nunca ousou sonhar
Seja isso a nossa despedida
Demônio ou ave preta, eu grito, alma incendiada
Nem leve pluma de ti reste aqui
Que tal mentira ateste
Deixa-me só neste ermo agreste
Alça teu voo dessa porta
Retira a garra que me corta o peito
Eu caio do impérido sagrado
Um anjo que está perdendo seu caminho
Eu sou tormento com paixão e fogo
Eu sou tormento com orgulho, ganância e luxúria
E o corvo, na noite infinda
Está ainda
Está ainda
No alvo busto de Palas
Que há por sobre os meus umbrais
Seu olhar tem a medonha cor
De um demônio que sonha
E a luz lança-lhe
A tristonha sombra no chão
E a minha alma dessa sombra
Que flutua sobre o chão
Nunca mais deverá ser levantada